O documentário Pode Tudo: discurso de ódio e antipetismo pela edição e direção conseguiu o mais raro em uma obra autoral, ainda mais em uma obra audiovisual, de ser atemporal.

O ápice das manifestações golpistas contra a Presidenta Dilma e de como a mídia brasileira adaptou a perseguição antissemita fascistoide contra o Partido dos Trabalhadores.

O Documentário Pode Tudo: discurso de ódio e antipetismo aponta na sutileza com muita informação, com discursos conflitantes e cenas do nosso breve passado a elaboração de um discurso quase fascista antissemita de um inimigo-mor do Brasil: o petista.

O plano de fundo são as manifestações golpistas de 2015 enquanto a diretora mostra a perpetuação do preconceito da mídia brasileira contra o Partido dos Trabalhadores pela ótica da história e dos personagens críticos ao governo/partido.

O documentário tem um boníssimo pacing. A história se desenrola de entrevistado para entrevistado intricando os temas sem quebrar o ritmo para o telespectador. Bem pesquisado e com boas referências. Tanto pelas escolhas das fontes secundárias e a escolha dos entrevistados.

Qualidade é tamanha que revendo no Youtube me mantive calmo ao ter que ouvir/ver entrevistados do psolismo identitário classe média com uma falsa uma narrativa perturbada de projetar as angústias da esquerda festiva contra a realpolitik de ter coragem de fazer política em vez de brincar de oposição sem nunca dar a cara a tapa. Exemplo mais que exemplificado é do alucinante entrevistado Gilberto Maringoni que defendia que uma solução um pouco inusitada para a Venezuela enfrentar o bloqueio econômico dos States... Que o povo venezuelano criasse galinhas em casa.

O documentário Pode Tudo: discurso de ódio e antipetismo pela edição e direção conseguiu o mais raro em uma obra autoral, ainda mais em uma obra audiovisual, de ser atemporal. Em 2015 era somente um recorte do que a sociedade brasileira e hoje é um pedaço triste de nossa história de como o nosso futuro foi roubado por canalhas escrupulosos da Elite do dinheiro com um horda de brancos rentistas da classe média burra.

Por fim, o que me sempre me fascinou no documentário é de que ele é um Trabalho de Conclusão de Curso! A jornalista/diretora tem “feeling da coisa”. Espero que ela siga como diretora e traga novos documentários.

Recomendo fortemente! Assista sem moderação!


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