China versus União Europeia na África

União Europeia lança projeto de investimento de 300 bilhões de euros para o continente Africano com objetivo de solidificar os valores democráticos… Será?

Projeto intitulado Global Gateway foi anunciado no final do ano passado pela Comissão Europeia como uma iniciativa pela primeira vez na história da União Europeia de “apoiar” projetos de infraestrutura, inicialmente na África e quem sabe, futuramente, incluir países da Ásia e América Latina.

O continente africano nas próximas décadas desempenhará, novamente, um papel estratégico no cenário geopolítico onde as duas superpotências [Estados Unidos e China] mais o conglomerado monstruoso político conhecido como União Europeia disputarão os “mercados consumidores” – agressivamente  – dos países em desenvolvimento.

África com 54 países conta com mais de 1 bilhão de pessoas. Expectativa de que até o ano 2025 o continente terá mais de 100 cidades com população de um milhão de habitantes e a previsão de que em 2030 mais de 40% dos jovens do planeta viverão na África. Enquanto isso, a União Europeia e o Japão, por exemplo, serão os locais com o maior número de idosos.

Mais uma vez na história humana, o continente africano será alvo dos recursos minerais e de amplo e elevado crescimento de um mercado consumidor. E esses “recursos” atraem os olhos grandes das 'grandes' potências mundiais, como EUA, China e União Europeia.

O projeto Gateway Europeu pretende investir, ou melhor, apoiar financeiramente projetos de infraestrutura nos países africanos, que aceitarem, é claro, de internet rápida [fibra] até produção de hidrogênio. Mas a pegadinha, o jeitinho europeu, como uma história faustiana está nos detalhes. Da DW [deixa velha] no Opera Mundi:
(…) Comissão Europeia mencionou investimentos na produção de hidrogênio na África. A UE apoiaria investimentos privados com 3,5 bilhões de euros. Em troca, os países beneficiados teriam que se comprometer a exportar o hidrogênio livremente e sem barreiras comerciais.
Mais uma vez os europeus querem explorar os recursos e levar o ouro para a metrópole. No caso da produção de hidrogênio no continente africano todo o risco ambiental, risco social e problemas de distribuição ficariam localizados e o lucro da produção para ser revertido ao Estado nunca viria, afinal o produto final teria que ser vendido quase de graça pros Europeus.

Confira um bom e rápido resumo da “iniciativa” Europeia e a realidade da antecipada disputa geopolítica da União Europeia contra a China dentro da África. Em inglês com legendas em inglês.



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