Washington Olivetto cultua a riqueza

Na segunda-feira, dia 04/07, a internet brasileira foi assolada com a coluna no Globo do publicitário Washington Olivetto que publicou uma pérola faustiana descrevendo um Rio de Janeiro que existe apenas no mundo paralelo dos ricaços que ganham a vida explorando quase escravizando o trabalhador brasileiro.

Com o título “Rio de Janeiro continua lindo” o leitor conhece a epopeia de jovens ricos, toda aventura de serem filhos de milionários, sem nada para fazer de útil socialmente, e embarcaram uma jornada audaciosamente indo onde nenhum trabalhador jamais esteve.
 
Um texto de 714 palavras que depois de serem lidos e relidos fica a sensação de que o proletariado [aquele que todo dia se mata para chegar ao trabalho] VS a minoria dominante, no caso um milionário do ramo da publicidade vivem em dois Brasis totalmente diferentes e opostos.

A coluna do Olivettozinho é uma ofensa à realidade de qualquer pessoa realmente de bem. É um tapa na cara de quem se esforça todo santo dia, de quem tem que pagar um maldito boleto e de quem não vive na sociedade brasileira, mas tem que todo dia sobreviver neste país.

Em resumo, o texto descreve detalhadamente uma semana de vida boa do filho do sujeito e seus amigos que aproveitaram para “curtir” a cidade do Rio de Janeiro para comemorar, veja bem, comemorar que o jovem do milionário passou, passou naquelas né, numa faculdade gringa. O riquinho quer ser diretorzinho! Uau!

Para não dar audiência ao sistema Globo Golpista/Sonegador eis um print em tweet da coluna:

Três coisitas do texto me chamaram atenção:
  • A distopia… o premiadíssimo publicitário vive na bolha social de superficialidade, endinheirado e da necessidade dos ricos pagarem impostos ou perderem os dedos [se você me entende]. Exemplo:
Na segunda-feira, foram à praia no Posto 9. Aproveitaram a praia vazia, mergulharam, comeram sanduíches na Barraca do Uruguaio e, no fim da tarde, completaram a refeição no Bracarense.
  • O jabá em forma de coluna… Nunca antes na história desse país um texto citou tantos locais e eventos exclusivamente para ricos. Foram mais de 31 locais/empresas/estabelecimentos. Em uma semana o publicitário bancou a vida boa dos jovens, inúteis riquinhos mimados que nunca souberam o que é ser gente de verdade, no mínimo 50 mil reais.
  • A ama de leite… No texto é mencionado a Lucia Gomyde:
[…] os meninos foram recebidos pela Lucia Gomyde, que foi babá do Theo, virou parte da família e hoje é quem cuida das nossas coisas no Rio de Janeiro. Feliz da vida com o sucesso escolar de seu pupilo, Lucia deu boas-vindas a todos com deliciosas empadinhas de camarão, que pedi pra ela encomendar no Caranguejo…
Esse parágrafo é tão erradamente errado que dá náuseas. É a glamourização da ama de leite. Da narrativa da emprega doméstica que: “ela não é empregada, ela é parte da nossa família”. O texto paternalista faz o filme “Que Horas Ela Volta?” em um documentário concreto da sociedade escravocrata brasileira.

Será que a nobre Lucia estará no testamento do nada camarada Olivetto?

O publicitário ostenta publicamente, enquanto isso, nunca antes na história desse país tantas pessoas estão passando fome. Temos quase 120 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.

Bastou o Golpe contra Dilma e a sucessão do neofascista Bolsonero para a situação econômica retroceder aos anos 90.

Hoje estamos num momento histórico pior que quando presidente Lula foi eleito em 2002, todas as transformações políticas que o Partido dos Trabalhadores foram desmanteladas e ainda piora, graças a Lava Jato, a construção de uma empresa energética e de pesquisa como a Petrobras que “puxava” o crescimento de infraestrutura no Brasil foi jogado ao lixo com as privatizações ilegítimas e corruptas.

O povo está literalmente ferrado enquanto os milionários esbanjam as custas do trabalhador. 
 
O medo da guilhotina para os ricos, mais uma vez, seria a solução?

Fontes: 1, 2, 3 e 4.
 
Imagens: Brasil de Fato e Google Imagens