Matéria recente da BBC [Estatal britânica liberalóide] Brasil noticiou, de forma nada jornalística, o corte em massa de trabalhadores do setor de Startups nacional.
No primeiro semestre deste ano [2022] quase 4000 pessoas perderam seus empregos em nome do que a BBC Brasil não explica, e nem oferece toda real informação com fatos e dados para o leitor, mas é óbvio, as demissões foram em nome do lucro exorbitante do patrão CEO.Startup e analgésicos
A baboseira defendida pelos liberalóides-isentões-ancaps da vida é - definição chapa-branca - de que a Startup [tradução adaptada: empresa que emerge] seria uma empresa engendrada a partir de uma ideia para revolucionar o mercado agilizando processos entre serviço/produto até o consumidor… Bonito não?
O conceito original por trás de como surgiu, como funciona e para que serve uma Startup foi postulado pelo professor de Steve Blank:
Uma organização orientada a pesquisar um modelo de negócios que se repita e ganhe escala[tradução adaptada, original: AQUI]
Em uma primeira leitura o conceito de Startup parece bonitinho e cheiroso, simples e inofensivo, no entanto a realidade é de que uma Startup gringa e/ou nacional está focada em um ponto fundamental: um processo repetitivo e escala.
Afinal, em tese toda empresa, no seu estágio inicial deve ser nomeada desta forma. Contudo, a expressão de repetição e escala faz todo sentido quando vemos casos de empresas que surgiram e viraram instituições de imenso monopólio, podemos citar 3 corporações: Google, Amazon e Facebook.
Google é um exemplo sintetizado disso de que mantêm o processo, desde da sua formação, roubando informações públicas e privadas da Internet para ganhar escala [volume informacional] e assim oferecer um produto, aparentemente gratuito, para os consumidores.
O autor James Church ao tentar explicar que tipo de produto uma startup unicórnico teria mais chance de sucesso ele faz uma analogia simplista que define o elemento-chave do que é:
Painkillers (a product that takes the customer’s pain points away) were much more likely to become a unicorn than vitamin pills (a product that improves existing methods.)
O importante é “amenizar” a dor de um paciente/cliente!
A teoria maluca da Startup Unicórnio
Na gringolândia norte-americana existe o “investidor anjo” um termo muito bem-posto para o sujeito que é empresário/financista estabelecido que decide ou opta para investir "seu dindin" em empresas que estão iniciando, como as startups, apostando que o investimento inicial gere lucro futuro quando a dita startup abrir seu capital na bolsa de valores. O exemplo mais famoso, pelos nerdolas de TI, foi o gringo Mike Markkula cara do MKT da Intel que foi o primeiro investidor anjo da Apple.
Mesmo depois do estouro da Bolha da Internet de 2000 [bolha ponto com] que ficou claríssimo que o mercado de TI, sem direitos trabalhistas e um setor desregulamentado não é fundamentado, mas de fato um setor que visa especulação a qualquer custo, os ditos investidores especialistas continuam apostando em startups definidas como inovadores e disruptivas no vício, manter a ludomania com a exploração de mercados consumidores e trabalhadores.
Como isso surge o termo Startup Unicórnio que seria aquela empresa que eles, os investidores sonegadores, apostaram no início da empreitada na esperança que de alguma forma a empresa se torne um novo Google.
A teoria maluca da Startup Unicórnio
Na gringolândia norte-americana existe o “investidor anjo” um termo muito bem-posto para o sujeito que é empresário/financista estabelecido que decide ou opta para investir "seu dindin" em empresas que estão iniciando, como as startups, apostando que o investimento inicial gere lucro futuro quando a dita startup abrir seu capital na bolsa de valores. O exemplo mais famoso, pelos nerdolas de TI, foi o gringo Mike Markkula cara do MKT da Intel que foi o primeiro investidor anjo da Apple.
Mesmo depois do estouro da Bolha da Internet de 2000 [bolha ponto com] que ficou claríssimo que o mercado de TI, sem direitos trabalhistas e um setor desregulamentado não é fundamentado, mas de fato um setor que visa especulação a qualquer custo, os ditos investidores especialistas continuam apostando em startups definidas como inovadores e disruptivas no vício, manter a ludomania com a exploração de mercados consumidores e trabalhadores.
Como isso surge o termo Startup Unicórnio que seria aquela empresa que eles, os investidores sonegadores, apostaram no início da empreitada na esperança que de alguma forma a empresa se torne um novo Google.
O termo em si descreve a ilusão capitalista, unicórnio não existe, nunca existiu e é um mito, por si só alguém com o mínimo de inteligência saberia que não deveria investir em tamanha roubada. Contudo, como o capitalismo engana trouxa foi-se desenvolvendo várias narrativas para solidificar a mentira de uma Startup unicórnio entre elas: processo disruptivo, inovação e que a empresa seja avaliada em mais de 1 bilhão de dólares.
Uma empresa recente, a Nubank, transformou-se em um startup unicórnio. A própria organização se declara [AQUI].
Entretanto, a mesma empresa anuncia que ela chegou apenas nessa categorização depois de “7 rodadas de investimento”. Isso mesmo; depois de 7 investimentos que a empresa adquiriu esse status, ou seja, como um bom esquema ponzi, só depois 7 “grupos” investirem na empresa, mas a empresa, até hoje, com um “faturamento” [depois desses aportes] tem um lucro real de 10 milhões de dólares.
Só 10 milhões de dólares! Para onde será que esse dinheiro foi parar?
Rico fica resfriado e o trabalhador morre de Pneumonia
A bolha das startups brasileiras está começando a estourar. Como você leu acima, não faz sentido, não tem lógica dentro de um sistema capitalista que visa o lucro acima de tudo uma empresa ter somente 10 milhões de dólares e continuar funcionando.
Gráfico
de demissões no primeiro semestre de 2022 do site Layoff [clique para
ampliar para ver a lista completa das empresas e o volume de pessoas
demitidas]
E os investidores gananciosos, corruptos e sonegadores estão começando a “querer” seu nada suado trocadinho de volta.
Com isso os donos CEO das empresas startups não seriam inteligentes de reduzir o seu lucro pessoal, cortas suas regalias, vender suas mansões para manter sua empresa... O que eles fazem: demitem os trabalhadores!
Afinal, para eles, que se dane o trabalhador!
A parte mais revoltante da matéria está na fala do trabalhador carioca Vinicius Mota que estava meramente uns 5 meses na Kawak:
Com isso os donos CEO das empresas startups não seriam inteligentes de reduzir o seu lucro pessoal, cortas suas regalias, vender suas mansões para manter sua empresa... O que eles fazem: demitem os trabalhadores!
Afinal, para eles, que se dane o trabalhador!
A parte mais revoltante da matéria está na fala do trabalhador carioca Vinicius Mota que estava meramente uns 5 meses na Kawak:
Me senti usado e descartado. Ser mandado embora é normal, todo contrato uma hora chega ao fim. Mas a forma como foi conduzido foi humilhante. Não só para mim, mas para 90% dos colaboradores.Durante um dia, Mota e os camaradas de trabalho ficaram um dia na recepção da empresa sem bater cartão, sem informação e retido por seguranças esperando se seriam demitidos ou não.
Vinicius disse que alguns colegas pensaram em entrar com processo contra a empresa por assédio moral no momento da demissão. Ele, como todo proletariado, agora foca em arrumar um novo trampo para pagar as contas:
Prefiro passar longe, como profissional eu não confio mais.
A matéria produzida pela jornalista da BBC Brasil não analisa o ponto central do volume massivo de pessoas sendo demitidas no setor de TI neste ano no Brasil. Que é o fato de ao cortarem custos, neste caso, os trabalhadores, as empresas não perdem nada, porque afinal o número de desempregados no país continua estagnado desde 2016. Ao demitirem um ou uma centena de pessoas os CEO das Startups sabem que conseguirão mão de obra igual oferecendo um salário ainda menor do que antes. Essa é a beleza cruel do sistema neoliberal e por isso o ódio, por parte do setor empresarial, aos governos populares de esquerda que visavam o pleno emprego.
Na gringolândia USA está acontecendo o oposto, chamado de The Great Resignation, em uma tradução livre seria de: a Grande Renúncia/Demissão, de trabalhadores norte-americanos que após serem vacinados, passarem por anos de home office e terem suas vidas, no trabalho, totalmente transformadas pela pandemia estão recusando a voltar a trabalhar “fisicamente” nas empresas e quando as empresas exigem o retorno os trabalhadores pedem demissão.
No Brasil, infelizmente, por causa do Golpe de 2016 e a deforma trabalhista promovida pelo golpista Temer, o trabalhador tem que sobreviver de alguma forma, com isso acaba aceitando qualquer tipo de emprego, mesmo que o trabalho oferecido não cumpra os direitos básicos.
Na gringolândia USA está acontecendo o oposto, chamado de The Great Resignation, em uma tradução livre seria de: a Grande Renúncia/Demissão, de trabalhadores norte-americanos que após serem vacinados, passarem por anos de home office e terem suas vidas, no trabalho, totalmente transformadas pela pandemia estão recusando a voltar a trabalhar “fisicamente” nas empresas e quando as empresas exigem o retorno os trabalhadores pedem demissão.
No Brasil, infelizmente, por causa do Golpe de 2016 e a deforma trabalhista promovida pelo golpista Temer, o trabalhador tem que sobreviver de alguma forma, com isso acaba aceitando qualquer tipo de emprego, mesmo que o trabalho oferecido não cumpra os direitos básicos.
O que está passando no mercado de trabalho brasileiro é a Uberização. Ou seja, salários irrisórios, sem direitos, sem salvaguardas, longas horas de trabalho e ao longo prazo destruição do mercado de trabalho em nome do lucro de curto prazo para as Startups.
Fontes: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.Imagem por Israel Andrade em Unsplash
Crédito e mais informações: Photo by Israel Andrade on Unsplash





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